Escrita a duas mãos

Por Jaclyn Bucar & Joana Milcheva

Foto: Carnegriff
Foto: Carnegriff

I

 

marquei as letras no papel –

numa catarse, numa revelação –

e criei uma saída

daquele laberinto infinito…

 

sim, criei uma janela

na folha de papel

que me permitiu surgir

do buraco do coelho…

 

segui o coelho branco

e perdi-me algum tempo…

mas agora que me encontrei,

tornei-me EU o infinito…

 

 

II

 

o sentimento que me inspira

é logico e inclusivo;

tem a ver com deixar

de nos concentrar

em diferencas “iminentes”

 

não somos tão diferentes.

somos todos a mesma pessoa…

 

lamento o estado do mundo

lamento que as pessoas são

sem cabeças

nem contenção

demasiado fracos para romper

com esta ilusão –

 

esta ilusão que temos da nossa maneira de viver…

esta ilusão que vemos e que nunca conseguimos compreender…

 

 

III
agora, eu acho compreender…

e, as vezes, perco-me

na minha própria cabeça;

na tua e na sua –

no espíritu humano e na sua pureza…

 

nas minhas meditações

percebo-vos vocês…

 

são milhares de oscilações

da minha própria alma…

 

somos milhares de pedaços fraternais

neste grande universo que compomos…

 

preciso-vos

precisamente para saber

quem

SOU



Jaclyn Bucar é uma aluna de quinto ano da Universidade de Toronto. Especialista em espanhol, também estuda francês, português e literatura em inglês. No seu tempo livre, gosta de ler, de escrever, de ouvir música e de a trocar com os outros. No futuro espera poder viajar, ensinando inglês e melhorando as suas capacidades linguísticas, e admite que os estudos de pós-graduação estão a brilhar no horizonte :)


Joana Milcheva está no seu quinto ano na Universidade de Toronto, acabando a sua especialização em espanhol. Além das línguas, está interessada nas artes e na história da civilização: ela acha que as três disciplinas têm alguma coisa em comum. No seu tempo livre dedica-se às artes visuais (fotografia e desenho gráfico) e a várias atividades na natureza. Gostaria de continuar os seus estudos ao nivel de graduação e, algum dia, viajar pelo mundo.